Grupiara, Hite & Martins & Santos-Silva, 2010

Martins, Ubirajara R. & Santos-Silva, Antonio, 2010, Contribuição Para O Estudo Dos Rhinotragini (Coleoptera, Cerambycidae). I. Mudança De Status Nos Subgêneros De Ommata White, 1855 E Revisão De Agaone Pascoe, Papéis Avulsos de Zoologia 50 (25), pp. 391-411 : 391-411

publication ID

https://doi.org/ 10.1590/S0031-10492010002500001

DOI

https://doi.org/10.5281/zenodo.13308007

persistent identifier

https://treatment.plazi.org/id/03E487C3-FFF5-2D51-CE2E-FCA9B0E5FEF3

treatment provided by

Felipe

scientific name

Grupiara
status

gen. nov.

Grupiara View in CoL gen. nov.

Etimologia: Tupi, curú: cascalho + piára: o que faz ou forma os cascalhos, a jazida (cascalhos entre as pedras); o garimpo, lavras. Gênero feminino.

Espécie-tipo: Ommata (Agaone) viridis Gounelle, 1911 .

Tamanho pequeno (de 7,0 mm até 14,0 mm). Corpo moderadamente estreito (maior largura um pouco menor do que 1/4 do comprimento), não deprimido. Tegumento metálico.

Macho: Cabeça um pouco prolongada atrás dos olhos (margem posterior dos olhos, na área de junção dos lobos oculares, distintamente afastada da borda anterior do protórax); comprimento do rostro igual à cerca 0,8 vezes a altura dos lobos oculares inferiores em vista frontal. Olhos grandes, fortemente emarginados. Lobos oculares superiores muito mais estreitos do que os inferiores; ápice atinge o nível do ápice dos tubérculos anteníferos; distância entre os lobos igual à aproximadamente 0,6 vezes o comprimento do escapo. Distância entre os lobos oculares inferiores de 0,9 a 1,3 vezes a largura do antenômero III na base. Tubérculos anteníferos moderadamente afastados entre si; ápice arredondado. Labro transversal, em geral, com comprimento igual à cerca 1/3 da largura. Antenas ( Figs. 33, 34, 37 View FIGURAS 33‑38 ) atingem ou quase atingem o ápice dos élitros, suave e gradualmente alargadas para o ápice; antenômero III cerca 1,3 vezes mais longo do que o escapo e com o dobro ou quase o dobro do comprimento do IV; antenômeros VII-X serreados.

Protórax ( Figs. 33, 34 View FIGURAS 33‑38 ) subcilíndrico, mais largo na base do que no ápice, alargado lateralmente na região mediana, sem tubérculos laterais e sem placa subcalosa na metade látero-anterior. Disco do pronoto com dois sulcos pouco marcados que não atingem a margem anterior (em geral, distintos apenas no terço basal); superfície com pontuação moderadamente grossa, profunda, confluente e mais grossa lateralmente. Pronoto com pubescência curta, entremeada por pelos longos. Prosterno com pelos longos e abundantes. Cavidades procoxais fechadas. Processo prosternal estreitado na região mediana e truncado e alargado no ápice. Processo mesosternal fortemente elevado na base; carenas laterais baixas e sem projeções; ápice emarginado. Mesepisterno intumescido, parcialmente visível dorsalmente acima dos úmeros. Metasterno não fortemente elevado próximo às metacoxas (no mesmo nível do ápice dessas); pontuação moderadamente fina e rasa. Metepisternos ( Fig. 37 View FIGURAS 33‑38 ) não fortemente alargados na base.

Escutelo pubescente, alongado, com ápice voltado ou não para cima e chanfrado ou não. Élitros ( Fig. 33 View FIGURAS 33‑38 ) cobrem totalmente o abdome, apenas estreitados para o ápice; disco subplano e sem carena nítida na lateral; margem lateral pouco sinuosa; ápice reta ou obliquamente truncado, com o ângulo externo arredondado e o sutural saliente (às vezes, distintamente espinhoso); sutura não divergente em toda extensão; superfície com pontuação moderadamente fina, bem marcada e muito abundante em toda extensão, mais profunda e grossa lateralmente; carenas indistintas. Élitros unicolores e metálicos.

Pernas anteriores e medianas nitidamente mais curtas do que as posteriores. Pro- e mesocoxas sem espículo. Pro- e mesofêmures ( Fig. 37 View FIGURAS 33‑38 ) fortemente clavados, com o pedúnculo curvado para dentro e clava intumescida. Metafêmures ( Fig. 37 View FIGURAS 33‑38 ) clavados e esbeltos; pedúnculo curvado para dentro; clava gradual e não notavelmente intumescida; ápice ultrapassa o ápice elitral. Superfície inferior de todos os fêmures com grânulos, mais notáveis nos pro- e mesofêmures. Metatarsômero I ( Figs. 33, 34, 37 View FIGURAS 33‑38 ) tão ou apenas mais longo do que II-V reunidos.

Abdome ( Fig. 37 View FIGURAS 33‑38 ) fracamente curvado para baixo, principalmente os dois últimos segmentos. Urosternitos em nível nitidamente mais baixo do que o da superfície do metasterno; urosternito I, entre a borda da cavidade metacoxal e a margem distal, pouco mais longo do que os urosternitos II e III; processo do urosternito I com ápice aguçado ou arredondado; urosternito V aproximadamente tão longo quanto II e III na região central, metade centro-apical não deprimida, sem elevação nas laterais e com ápice fracamente projetado; urosternitos I-IV pubescentes, com pelos entremeados, longos e eretos; pubescência do urosternito V presente nas laterais e com a área central com pelos longos e moderadamente abundantes.

Fêmea: As principais diferenças em relação aos machos são: distância entre os lobos oculares superiores e inferiores igual a aproximadamente o quádruplo da largura do antenômero III na base; antenas atingem ou quase atingem o quarto apical dos élitros; sulcos longitudinais do disco do pronoto ausentes; fêmures sem grânulos; pro- e mesofêmures não notavelmente clavados; abdome ( Fig. 38 View FIGURAS 33‑38 ) não curvado para baixo; metade centro-apical do urosternito V com ápice subarredondado e sem pequena projeção central.

Distribuição geográfica: Argentina [Corrientes, Missiones ( Viana, 1972)], Paraguai ( Bosq, 1945), Bolívia ( Wappes et al., 2006), Brasil [Goiás ( Gounelle, 1911), Mato Grosso do Sul (novo registro), Minas Gerais ( Monné, 1993), Rio de Janeiro ( Monné, 1993), São Paulo ( Zajciw & Seabra, 1968), Paraná ( Monné, 1993), Santa Catarina ( Zajciw & Seabra, 1968), Rio Grande do Sul ( Buck, 1959)].

Discussão: Grupiara gen. nov. difere de Agaone : tegumento metálico; distância entre os lobos oculares inferiores dos machos quase igual ou maior do que a largura do antenômero III na base; protórax distintamente mais largo na base do que no ápice; protórax sem placa subcalosa nas laterais; prosterno com pubescência longa e abundante; metepisternos não notavelmente alargados na base; élitros monocolores e metálicos; pro- e mesocoxas dos machos sem espículo; urosternito V dos machos com região central fracamente projetada; pro- e mesofêmures das fêmeas não fortemente clavados. Em Agaone , o tegumento não é metálico, a distância entre os lobos oculares inferiores dos machos é menor do que a metade da largura do antenômero III na base, o protórax é pouco mais largo na base do que no ápice e possui placa subcalosa nas laterais, o prosterno não apresenta pubescência longa e abundante, os metepisternos são notavelmente largos na base, os élitros são bicolores e não metálicos, as pro- e mesocoxas dos machos possuem espículo, o urosternito V dos machos apresenta projeção central nítida e os pro- e mesofêmures das fêmeas são fortemente clavados.

Grupiara gen. nov. diferencia-se dos demais gêneros de Rhinotragini (exceto Chrysomata) pelos mesmos caracteres pelos quais Agaone difere deles (exceto a forma do ápice elitral em Eclipta , Rhopalessa , Ecliptophanes e Oxyommata ). De Chrysomata separa-se pelo abdome que não ultrapassa o ápice elitral nos dois sexos, pelos pro- e mesofêmures notavelmente clavados, principalmente nos machos, e pelo metatarsômero I mais tão ou mais longo que II-V reunidos. Em Chrysomata o abdome ultrapassa distintamente o ápice elitral nos dois sexos, os pro- e mesofêmures não são notavelmente clavados nos dois sexos e o metatarsômero I é mais curto do que II-V.

Kingdom

Animalia

Phylum

Arthropoda

Class

Insecta

Order

Coleoptera

Family

Cerambycidae

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