Polyrhaphis argentina Lane, 1978

Santos-Silva, Antonio, Martins, Ubirajara R. & Tavakilian, Gérard L., 2010, Revisão Do Gênero Polyrhaphis Audinet-Serville (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae), Papéis Avulsos de Zoologia 50 (30), pp. 451-509 : 451-509

publication ID

https://doi.org/ 10.1590/S0031-10492010003000001

DOI

https://doi.org/10.5281/zenodo.12685382

persistent identifier

https://treatment.plazi.org/id/03F1B867-FFDB-FF8C-3636-FF0560C7FAB3

treatment provided by

Felipe

scientific name

Polyrhaphis argentina Lane, 1978
status

 

Polyrhaphis argentina Lane, 1978 View in CoL

( Figs. 25-27 View FIGURAS 20‑29 , 74 View FIGURAS 72‑77 )

Polyrhaphis argentina Lane, 1978: 72 View in CoL ; Monné & Giesbert, 1994: 228 (checklist); Monné, 1994: 17 (cat.); 2005: 628 (cat.); Di Iorio, 2005: 148, 166, est. 67, fig. 3; Monné & Hovore, 2005: 292 (checklist); 2006: 293 (checklist); Di Iorio & Farina, 2006: 273 (distr.); Wappes et al., 2006: 31 (checklist).

Redescrição: Macho ( Fig. 25 View FIGURAS 20‑29 ). Corpo não deprimido ( Fig. 26 View FIGURAS 20‑29 ). Cabeça, em vista dorsal, mais curta do que o protórax; não alongada após os olhos. Fronte fracamente convexa, abundante e grosseiramente pontuada; pubescência variável, mas, em geral, mais abundante nas laterais junto ao clípeo, sempre com pelos cerdosos branco-acinzentados esparsos: amarelo-avermelhada ou castanho-escura em toda a extensão; ou castanho-escura na região central e castanho-avermelhada junto aos olhos e clípeo; ou castanho-escura em toda extensão, exceto junto ao clípeo, onde é branco-acinzentada. Pubescência do vértice com as mesmas variações daquela da fronte e com os mesmos tipos de pelos cerdosos, exceto na área próxima ao occipício; pontuação grossa, profunda e dispersa (às vezes, rasa ou ausente). Clípeo fracamente côncavo na margem anterior (às vezes fortemente). Anteclípeo moderadamente curto. Labro fracamente convexo nos dois terços basais; terço apical nitidamente inclinado; pubescência dos dois terços basais abundante; parte inclinada glabra na região central. Distância entre os lobos oculares superiores menor do que a largura do antenômero III; distância entre os lobos oculares inferiores de 1,1 a 1,3 vezes a largura de um lobo. Mandíbulas apenas mais longas do que a distância entre a borda anterior do clípeo e a base dos tubérculos anteníferos (às vezes, apenas mais curtas). Comprimento da parte frontal das genas de 0,6 a 0,7 vezes a largura do lobo ocular inferior. Segmento II dos palpos maxilares mais longo do que o III e mais curto do que o IV. Distância entre as bases dos tubérculos anteníferos menor do que a largura na base do escapo. Antenas com 2,5 vezes o comprimento elitral (medida em um dos parátipos); escapo, pedicelo e antenômero III com a mesma variação da coloração da pubescência e com o mesmo tipo de pelo cerdoso.

Saliências cônicas do pronoto pouco elevadas; calosidades da metade apical do disco nítidas, principalmente a central (às vezes, as calosidades laterais são apenas indicadas); espinhos laterais muito grandes, mais longos do que a metade do comprimento do protórax; pontuação do disco grossa e abundante, restrita quase que exclusivamente às bordas anterior e posterior. Pubescência do pronoto: amarelo-acinzentada, muito concentrada, sobre os tubérculos laterais, partes laterais e parte da borda anterior (não atinge o centro); castanho-avermelhada na área que recobre e envolve as saliências cônicas, exceto ápices (às vezes, o lado dessas saliências voltado para a cabeça é revestido de pubescência amarelo-acinzentada); amarelo-acinzentada, suavemente mais escura do que nas laterais, na região central do disco (às vezes, esta pubescência recobre a maior parte do disco); presença de alguns pelos longos e escuros, no disco e base dos tubérculos laterais. Escutelo com pubescência amarelo-acinzentada, marginado de pubescência castanho-avermelhada.

Élitros convergentes nos dois terços basais; carena longitudinal, sobre a giba, elevada e com série variável de tubérculos moderadamente elevados, com ápice rombo (às vezes, parte delas fracamente aguçadas), brilhantes, maiores em direção ao ápice; área que margeia a metade basal da sutura elitral, com espinhos, maiores e mais aguçados em direção ao ápice (na área entre as carenas da giba, em geral, pequenos e rombos); área sobre a giba e entre as carenas elitrais laterais, com pontos muito grossos e profundos e tubérculos pequenos, aguçados e brilhantes (em geral, mais abundantes na área contígua ao ápice e lateral da giba); carena lateral curva, baixa, da base até o quarto ou quinto apical, munida de tubérculos pequenos e brilhantes no terço basal e espinhos no restante; úmeros apenas salientes; ângulo apical externo com espinho longo e ângulo sutural saliente; pubescência variável, mas em geral, castanha na base e parte dos dois terços apicais, entremeada por pubescência branco-acinzentada (principalmente nos dois terços apicais), castanho-escura na área entre a base e os dois terços apicais e faixa transversal no terço apical (às vezes, castanha também na área contígua as gibas). Fêmures com pubescência branco-acinzentada ou castanho-avermelhada e, em geral, com faixa de pubescência acastanhada no terço apical (frequentemente, pouco nítida) e no extremo apical (muito nítida). Tíbias com pubescência da mesma cor que a dos fêmures, com faixa acastanhada, discreta, no terço apical. Fêmures e tíbias com pelos cerdosos branco-acinzentados, curtos e longos, esparsos.

Fêmea ( Fig. 27 View FIGURAS 20‑29 ): Clípeo sub-reto na borda anterior. Distância entre os lobos oculares superiores apenas menor do que a largura na base do antenômero III; distância entre os lobos oculares inferiores subigual à largura de um lobo. Mandíbulas mais longas do que a distância entre a borda anterior do clípeo e a base dos tubérculos anteníferos. Distância entre as bases dos tubérculos anteníferos apenas menor do que a largura do escapo na base. Antenas 1,7 vezes mais longas que o comprimento elitral.

Dimensões em mm (♂ / ♀): Comprimento total, 21,5-29,7/18,3-29,0; comprimento do protórax, 4,1-5,2/3,5-5,6; largura do protórax, entre os ápices dos espinhos, 9,0-12,5/7,6-12,9; largura umeral, 8,9-12,0/7,2-12,5; comprimento elitral, 15,5-20,5/13,2-21,2.

Tipos, localidade-tipo: Holótipo ♂, proveniente da Argentina (Salta, General Ballivian ), depositado no USNM . Parátipos – USNM: ♂ e ♀ provenientes da Argentina (Salta, Tartagal e General Ballivian) e ♂ procedente da Bolívia ( Buenavista , Tacaurandi ); MZUSP: 2 ♂♂ coletados na Argentina (Salta, Tartagal e General Ballivian ). CASC: ♂ e ♀ coligidos na Argentina (Salta, Tablillas ). BMNH: ♀ procedente do Paraguai (Assuncion). MNRJ (ex-Coleção Bosq , via ex-Coleção Seabra ): ♂ e 3 ♀♀ provenientes da Argentina (Salta, Tartagal ) e ♀ coletada no Peru ( Satipo ) .

Distribuição ( Fig. 74 View FIGURAS 72‑77 ): Peru ( Lane, 1978), Bolívia (Lane, op. cit.), Argentina (Lane, op. cit.), Paraguai (Lane, op. cit.) e Brasil [São Paulo (primeiro registro)]. Apesar de ter designado um parátipo procedente do Peru, Lane (1978) esqueceu de arrolar esse país na sua lista de distribuição geográfica. Esse país aparece pela primeira vez como ocorrência de P. argentina em Monné & Giesbert (1994).

Discussão: É provável que o parátipo proveniente do Peru (Satipo) corresponda a P. peruana sp. nov. No entanto, como não examinamos esse espécime, o registro de P. argentina para o Peru não pode ser anulado.

Os espécimes examinados, provenientes da Bolívia, apresentam áreas nitidamente escuras, em contraste com a pubescência branco-acinzentada, o que não ocorre com os parátipos examinados. No entanto, todos os tipos foram coletados muitos anos antes da descrição de P. argentina , o que contribuiu para a descoloração dos espécimes e, dependendo do processo de coleta e conservação, esse processo é acentuado. No holótipo ( USNM), cuja fotografia está disponível em www.elaphidion.com/default.asp, e em um dos parátipos examinados, ambos provenientes da Argentina, as áreas escuras são mais nitidamente perceptíveis do que no outro parátipo estudado, mas mesmo assim, não é evidente como nos espécimes recém coletados e bem conservados. Também no espécime figurado por Di Iorio (2005) é possível observar o nítido contraste da pubescência com o tegumento da metade basal .

As áreas de pubescência branco-acinzentada são notavelmente variáveis, podendo recobrir mais da metade da superfície elitral. Também examinamos espécimes nos quais as áreas de pubescência enegrecida, na base e ao redor da giba, é parcialmente acastanhada, como parece ocorrer no holótipo. Essas variações, não estão associadas à distribuição geográfica, o que poderia indicar se tratar de mais de uma espécie.

Lane (1978) registrou ao comparar P. argentina com P. spinipennis : “ A nova espécie apresenta antenas mais curtas nos dois sexos; os élitros são mais densamente pontuados, mas os pequenos tubérculos associados à pontuação são menores, especialmente os das cristas basais e da carreira recurva”. O exame dos parátipos e de espécimes provenientes da Bolívia mostra que o comprimento das antenas, nos dois sexos, não difere daquele de P. spinipennis . Da mesma forma, a pontuação elitral nas duas espécies, sofre considerável variação, independentemente da localidade de procedência. Observamos que os dois parátipos depositados no MZUSP apresentam a área do terço médio dos élitros suavemente convexa, enquanto que os espécimes da Bolívia, em geral, apresentam essa área mais plana, como ocorre em P. spinipennis . No entanto, há espécimes procedentes da Bolívia com essa área também suavemente convexa.

Material examinado: BOLÍVIA, Santa Cruz: Buena Vista (Hotel Flora e Fauna ), 14-20.XI.2008, Galileo, Vanin & Martins col. (2 ♂♂, ♀, MNKM; ♂, ♀, MZUSP) . Beni: Guanay , ♂, XI.1992, [sem nome do coletor] ( MZUSP) . Cochabamba: região de Chaparé, ♂, X.1950, Dirings ( MZUSP) ; ♂, X.1957, Dirings ( MZUSP) . ARGENTINA, Salta: General Ballivian , parátipo ♂, V.1927, G.H. Harrington col. ( MZUSP) ; Tartagal , parátipo ♂, XI.1923, G.L. Harrington col. ( MZUSP) . BRASIL, São Paulo: Ribeirão Preto , ♀, XI.1961, M.D. Oliveira col. ( MZUSP) .

USNM

Smithsonian Institution, National Museum of Natural History

MZUSP

Museu de Zoologia da Universidade de Sao Paulo

Kingdom

Animalia

Phylum

Arthropoda

Class

Insecta

Order

Coleoptera

Family

Cerambycidae

Genus

Polyrhaphis

Loc

Polyrhaphis argentina Lane, 1978

Santos-Silva, Antonio, Martins, Ubirajara R. & Tavakilian, Gérard L. 2010
2010
Loc

Polyrhaphis argentina

DI IORIO, O. R. & FARINA, J. 2006: 273
WAPPES, J. E. & MORRIS, R. F. & NEARNS, E. H. & THOMAS, M. C. 2006: 31
DI IORIO, O. R. 2005: 148
MONNE, M. A. & HOVORE, F. T. 2005: 292
MONNE, M. A. & GIESBERT, E. F. 1994: 228
LANE, F. 1978: 72
1978
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