Qualea parviflora Mart., 2022

Teixeira, Rayna Chaves & Teles, Aristônio Magalhães, 2022, A família Vochysiaceae na Serra dos Pireneus, Goiás, Brasil, Iheringia, Série Botânica (e 2022001) 77, pp. 1-26 : 8

6. Qualea parviflora Mart. , Nov. Gen. Sp. Pl. 1: 135, t. 81. 1826.

( Figs. 2 J-L; 8 A-G)

Iconografia: Yamamoto (2009: 135, fig. 1.1A-C), Shimizu & Yamamoto (2012: 70, fig. 2 F-G).

Nomes populares: judeu, pau-de-judeu (Maranhão, Stafleu 1953), pau-terra, pau-terra-da-folha-miúda, pau-terra-do-campo (Minas Gerais, Stafleu 1953).

Árvores, 1,5-6 m alt. Caule e ramos tortuosos, ramos com casca não descamante. Folhas opostas decussadas ou 3-verticiladas, glândulas axilares crateriformes, estípulas inconspicuamente cônicas, 1-2 mm compr.; pecíolo 0,2- 0,6 cm compr.; lâmina foliar 5-10,5 × 2-3,5 cm, oblonga ou elíptica, cartácea, ápice obtuso, arredondado, agudo ou emarginado, base obtusa ou arredondada, margem inteira, plana, broquidódroma, face adaxial glabra, nervura primária impressa e pubescente, nervuras secundárias impressas, face abaxial pubescente, nervura primária proeminente e pubescente, nervuras secundárias impressas. Inflorescências terminais e axilares, cilíndricas, 8-13 cm compr., pilosas; cíncinos 1-5-floros; pedúnculos ausentes; pedicelos 5- 1,1 cm compr.; brácteas caducas; botões florais 0,5-0,8 × 0,3-0,4 cm, retos, ovoides, ápice agudo; cálcar 0,5-0,8 cm compr., reto a levemente incurvo ou levemente recurvo; sépala calcarada 6-8 × 4-6 mm; lobos do cálice não calcarados 4-6 × 3-4 mm, ovais, ápice obtuso; 1 pétala, 1,4-1,6 × 1,7-2 cm, obcordada, violácea com faixa branca central e manchas roxas na face adaxial, pilosa na porção basal de ambas as faces. Estame ca. 0,8 cm compr.; filete ca. 7 mm compr.; antera ca. 1 × 1 mm, glabra. Ovário ca. 2 × 2 mm, globoso, tomentoso; estilete 6-7 mm compr., cilíndrico, tomentoso na base e glabro no ápice; estigma terminal. Cápsulas 2-3 × 0,8-1,5 cm, oblongoides a ovoides, ápice apiculado, base arredondada a truncada, superfície verrucosa, descamante, glabra; sementes 1,5-2 × 0,5-0,7 cm, aladas, duas por lóculo.

Material selecionado: BRASIL, GOIÁS, Cocalzinho de Goiás, Cidade de Pedra 15° 42’ 46,3” S, 48° 53’ 25,4” W, 1.277 m, 16.II.2016, fr., R.C. Teixeira et al. 70 (UFG); Corumbá de Goiás, estrada para Corumbá-GO a mais ou menos 2 km do desvio a direita, rumo à cidade eclética, 15° 52’ S, 48° 21’ W, 11.IX.1990, fl., R.F. Vieira et al. 447 (CEN, HEPH); Pirenópolis, próximo à sede do Parque da Serra dos Pireneus, 15° 47’ 58,2” S, 48° 49’ 15,8” W, 1.295 m, 7.V.2015, fr., R.C. Teixeira & N.V. Oliveira 24 (UFG) .

Qualea parviflora ocorre amplamente no Brasil (Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal) , além de Bolívia e Paraguai.

Na área de estudo, a espécie ocorre em áreas de cerrados sensu stricto, cerrados rupestres e áreas de transição com campos limpos.

Difere das demais espécies de Qualea ocorrentes na área de estudo por ser a única a possuir flores com pétala violácea.

Figures

Figura 2. Ilustração morfológica das espécies. A-B. Callisthene major. A. Ramo; B. Frutos. C. Qualea cordata. C. Flor. D-F. Q. grandiflora. D. Hábito; E. Flor; F. Fruto. G-I. Q. multiflora. G. Hábito; H. Flor; I. Frutos. J-L. Q. parviflora. J. Hábito; K. Flor; L. Fruto. M-O. Salvertia convallariodora; M. Hábito; N. Flor; O. Frutos.