Trithrinax acanthocoma Drude, Gartenflora

Elias, Guilherme Alves, Soares, Kelen Pureza, Bortoluzzi, Roseli Lopes & dos Santos, Robson, 2019, Palmeiras (Arecaceae) em Santa Catarina, sul do Brasil, Iheringia, Série Botânica 73 (2), pp. 88-107 : 105-106

publication ID

https://doi.org/ 10.21826/2446-8231201873202

persistent identifier

https://treatment.plazi.org/id/79616F50-BB72-1C7D-FF64-FA4BE2A4221A

treatment provided by

Felipe

scientific name

Trithrinax acanthocoma Drude, Gartenflora
status

 

8.1 Trithrinax acanthocoma Drude, Gartenflora View in CoL 27: 361. 1878.

Tipo: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL, s.d., A.F.M. Glaziou 9014 (holótipo, C!) .

( Figs. 14 View Figs F-I, 15)

Palmeira monoica; estipe solitário, 2,4-13 m alt., 19-40 cm diâm., recoberto pelas bainhas das folhas já caídas e por uma rede de fibras muito rígidas, dispostas oblíquas e entrecruzadas, engrossadas na parte superior e terminadas em agulhões lignosos, longo persistentes, rígidos, 11-29 cm compr. Folhas palmado-flabeliformes, 15-58 contemporâneas, verde escuras na parte de cima e cobertas por indumento esbranquiçado na parte de baixo; bainha com 19-29 cm compr., com um reforço central; pecíolo 67-93 × 3-6 cm, rígido, pouco flexível, exceto pela curvatura próxima da bainha, margem lisa e afiada, espessura constante, terminado em uma hástula córnea triangular; 31-49 segmentos (pinas), 72-112 × 5-6 cm, plissados e partindo de um ponto comum, os maiores na parte central, diminuindo de tamanho e largura conforme sua disposição segue lateralmente, todos os segmentos são unidos, separando-se então pela metade do seu comprimento (42-51 cm finais) e terminados em uma ponta dupla pungente, fendida até 1/5 do comprimento total (4-19 cm a partir da ponta). Inflorescência interfoliar ramificada ao nível de terceira ordem, flores amarelo-creme, estaminadas 12 mm compr.; pistiladas 6-10 mm compr. na mesma inflorescência. 6-8 ramificações principais de 22-52 cm compr.; pedúnculo recurvado em “S”, 45-91 × 2,5-4,2 cm; 6-9 brácteas pedunculares (uma para cada ramificação), 11-22 × 3-15 cm, parte expandida com 13-17 cm de compr.; profilo com 30-37 × 6-8 cm; 34-50 ráquilas por segmento, 5-15 cm de compr. Frutos globosos, amarelo-esbranquiçados quando maduros, 1,7-4,0 cm diâm.; mesocarpo carnoso que se destaca facilmente do endocarpo, uma única semente. Eófilo simples.

Nomes populares: buriti, buriti-palito, carandaí.

Material examinado: BRASIL, SANTA CATARINA, Araranguá, Morro dos Conventos , 10.I.1957, L. B. Smith & R. Reitz 9940 ( HBR) ; Morro dos Conventos , 16.VII.1959, R. Reitz & R. M. Klein 8942 ( HBR) , 20.II.2016, G. A. Elias 17 ( CRI) ; Bom Retiro , 10.I.1948, R. Reitz 1993 ( HBR) .

Material adicional examinado: BRASIL, RIO GRANDE DO SUL, Nova Prata , cultivada, 26.VIII.2012, K. Soares 31 (HDCF 6269) .

Espécie seletiva heliófita e higrófita que ocorre nos três estados do Sul (PR, SC e RS), e foi erroneamente descrita em outros trabalhos científicos e coleções botânicas como sendo T. brasiliensis ( Reitz 1974, Sühs & Putzke 2010, Carvalho 2010, Soares et al. 2014). Uma vez que T. brasiliensis é uma espécie muito rara e que ocorre apenas no centro e sul do RS, em altitudes inferiores a 450 m, associada às rochas, em relevos inclinados e com grande exposição solar, onde forma populações pequenas e possui menor porte, folhas verde oliva ou grizáceas com segmentos bifurcados até metade do seu comprimento total, espinhos das bainhas menores e decíduos após a queda da folha, permanecendo somente as bainhas ( Soares et al. 2014).

A mais recente revisão para o gênero Trithrinax ( Cano et al. 2013) sugere o reconhecimento de apenas uma espécie com duas variedades: T. brasiliensis var brasiliensis e T. brasiliensis var. acanthocoma . Embora estes autores tenham reconhecido diversas características morfológicas distintas entre os táxons, as análises moleculares não encontraram relevantes diferenças, e os resultados não foram esclarecidos, possivelmente a análise não foi satisfatória. No entanto, devido as grandes variações morfológicas entre os táxons, diferente tipo de vegetação em que eles ocorrem (habitat) e crescimento diferenciado, preferimos aqui reconhecê-los como espécies distintas, seguindo Pingitore (1978), Lorenzi et al. (2010) e Soares et al. (2014).

Em Santa Catarina, T. acanthocoma pode ser observada em distribuição irregular e de forma esporádica no Planalto Catarinense em pequenos agrupamentos, entre 950 e 1.200 m de altitude, é característica da Floresta Ombrófila Mista, porém, apresenta elemento estranho, no Morro dos Conventos, em Araranguá e no Parque Estadual de Itapeva, em Torres, RS, nos domínios da Floresta Ombrófila Densa ( Soares et al. 2014). Este curioso fato foi atribuído por Reitz (1974), aos viajantes que se utilizavam dessa rota para o planalto, tendo estas localidades, na “Zona da mata pluvial da encosta atlântica”, como possível parador das caravanas.

Possui larga utilização na ornamentação de jardins. Suas folhas, em estado natural, podem ser utilizadas como leque ou vassouras, quando secas, fornecem fibra que é utilizada na manufatura de chapéus e utensílios fibrosos ( Reitz 1974).

HBR

Universidade Federal de Santa Catarina

CRI

Universidade do Extremo Sul Catarinense, Bairro Universitário

Kingdom

Plantae

Phylum

Tracheophyta

Class

Liliopsida

Order

Arecales

Family

Arecaceae

Genus

Trithrinax

Loc

Trithrinax acanthocoma Drude, Gartenflora

Elias, Guilherme Alves, Soares, Kelen Pureza, Bortoluzzi, Roseli Lopes & dos Santos, Robson 2019
2019
Loc

Trithrinax acanthocoma

Drude 1878: 361
1878
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