Phyllomedusa hypochondrialis

Caramaschi, Ulisses, 2006, Redefinição Do Grupo De Phyllomedusa Hypochondrialis, Com Redescrição De P. Megacephala (Miranda-Ribeiro, 1926), Revalidação De P. Azurea Cope, 1862 E Descrição De Uma Nova Espécie (Amphibia, Anura, Hylidae), Arquivos do Museu Nacional 64 (2), pp. 159-179 : 160-162

publication ID

https://doi.org/ 10.5281/zenodo.2580059

DOI

https://doi.org/10.5281/zenodo.4421899

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https://treatment.plazi.org/id/C20AE47D-FFB5-BF41-FCA7-2739FD70FC84

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scientific name

Phyllomedusa hypochondrialis
status

 

Grupo de Phyllomedusa hypochondrialis

D e f i n i ç ã o − C o m p o s t o p o r e s p é c i e s d e P h y l l o m e d u s i n a e d e p e q u e n o p o r t e (C RC combinado das espécies entre 31,0-46,5mm em m a c h o s, 4 0,0- 5 3, 0m m e m f ê m e a s); d e n t e s vomerianos ausentes; glândulas parotóides pequenas, indistintas; pele lisa no dorso, granulosa no ventre; apêndice calcâneo e “flap” anal ausentes; dedos, em ordem de tamanho crescente, I <II <IV <III, não palmados nem fimbriados; discos adesivos dos dedos pouco desenvolvidos; dedo I oponível aos outros; artelhos, em ordem de tamanho crescente, I I<I I I<I<V<I V o u I I<I<I I I<V<I V, a r t e l h o I I sensivelmente menor que os outros; artelhos não palmados nem fimbriados, com discos adesivos pouco desenvolvidos; artelhos I e II oponíveis aos outros; pés ligeiramente retorcidos, possibilitando agarrar e andar lentamente sobre o substrato. Ovos depositados em ninhos formados por folhas dobradas e enroladas de arbustos e de pequenas árvores, acima da superfície da água; girinos com boca em posição anterior, sem funil, circundada por papilas em uma franja dérmica amplamente interrompida na margem anterior e às vezes também ligeiramente interrompida na margem posterior; fórmula dentária 2(2)/3(1), sendo a terceira série inferior de dentículos menor que as demais; tubo anal curto, preso à nadadeira ventral. Premaxilares com dentes, processos alares dirigidos póstero-dorsalmente, quase verticais, processo palatino em ponta; maxilares estreitos, com dentes, contactam os premaxilares, nasais, pterigóides e quadratojugais; nasais largamente separados entre si e dos frontoparietais; fontanela muito grande,

aproximadamente ovóide; palatinos reduzidos, sustentados apenas por cartilagem, não contactados entre si ou com qualquer outro elemento ósseo; prevomerianos igualmente isolados, sem dentes; pterigóides pouco desenvolvidos; ramos zigomáticos dos esquamosais curtos, rombos, largamente separados dos maxilares; ramos ótico e ventrais dos esquamosais longos, pouco dilatados; columela presente; côndilos occipitais pequenos, bem separados entre si medianamente; mandíbulas sem dentes. Oito vértebras presacrais com apófises laterais desenvolvidas, as das vértebras III e IV pouco mais estreitas que as apófises sacrais, que são expandidas, em forma aproximadamente triangular; sacro com articulação bicondilar com o uróstilo, que não é expandido, mas apresenta uma crista dorsal baixa e pequenas apófises laterais anteriores. Clavículas e procoracóides desenvolvidos; esterno largo, cartilaginoso; omosterno ausente. Mão com fórmula falangeal 2- 2-3-3; prepólex 2; falanges terminais em ponta curva. Pé com fórmula falangeal 2-2-3-4-3; sesamóide interno pequeno, arredondado.

Composição − Nove espécies: P. ayeaye ( B. Lutz, 1966) ; P. azurea Cope, 1862 (revalidada); P. centralis Bokermann, 1965 ; P. hypochondrialis (Daudin, 1801) ; P. megacephala ( Miranda-Ribeiro, 1926); P. nordestina sp.nov; P. oreades Brandão, 2002 ; P. palliata Peters, 1873 “1872” (nova inclusão); P. rohdei Mertens, 1926 .

D i s t r i b u i ç ã o g e o g r á f i c a − C o m b i n a ç ã o d a s distribuições geográficas das espécies do grupo inclui a América do Sul a leste dos Andes, na Venezuela, Guianas, Peru, Equador, Brasil, Bolívia, Paraguai e norte da Argentina.

Comentários − A primeira tentativa de agrupamento de espécies foi feita por B.LUTZ (1950), que reconheceu a validade de um subgênero, Pithecopus Cope, 1866, dentro do gênero Phyllomedusa . Esse subgênero incluiria espécies com discos adesivos pequenos, membranas interdigitais ausentes, dedos internos oponíveis, artelho I mais longo e mais robusto que o II, glândulas parotóides presentes (formas grandes, no “ciclo de P. burmeisteri ”) ou ausentes (formas pequenas, no “ciclo de P. hypochondrialis ”) e desova envolta em uma ou mais folhas. As “formas pequenas” seriam Phyllomedusa (Pithecopus) hypochondrialis e P.(P.) rohdei; sem maiores comentários, B.LUTZ (1950) incluiu P. palliata Peters, 1873 nesse mesmo agrupamento, apesar de, na tradução para a língua inglesa do mesmo trabalho, ter mencionado que Peters havia separado P. palliata de P. hypochondrialis após tê-las considerado idênticas. Phyllomedusa palliata nunca mais foi associada ao grupo de P. hypochondrialis (cf. F ROST, 1985, 2004; FAIVOVICH et al., 2005). Apenas DUELLMAN (1974), ao apresentar notas taxonômicas sobre as espécies de Phyllomedusa da Alta Bacia Amazônica , comparou P. palliata a P. hypochondrialis e P. rohdei, mas não as agrupou formalmente. Entretanto, P. palliata apresenta os caracteres diagnósticos do grupo de P. hypochondrialis, tendo sido agrupada com P. hypochondrialis na análise filogenética de FAIVOVICH et al. (2005). Assim sendo, a proposta de sua inclusão nesse grupo é aqui apresentada.

O grupo foi formalmente proposto pela primeira vez por BOKERMANN (1965), como “grupo rohdeihypochondrialis ”, para incluir espécies pequenas, c o m f o c i n h o r e t o, d i s c o s a d e s i v o s p o u c o desenvolvidos, dedo I não maior que o dedo II e artelho I maior que o II; nesse grupo foram incluídas P. rohdei, P. hypochondrialis e P. centralis. Pouco depois, B. LUTZ (1966) propôs a revalidação do gênero Pithecopus Cope, 1866, redefinindo-o e incluindo, no que chamou de “grupo de formas pequenas sem dentes vomerianos e com parotóides indistintas”, P. ayeaye, P. hypochondrialis hypochondrialis, P. h. azureus e P. rohdei.

Com base em caracteres larvários, CRUZ (1982) incluiu no mesmo agrupamento aquelas espécies que constroem ninhos enrolando ou reunindo uma ou mais folhas nas quais depositam seus ovos acima da superfície da água e cujos girinos possuem boca em posição anterior, circundada por papilas em uma franja dérmica amplamente interrompida na margem anterior e às vezes também ligeiramente interrompida na margem posterior, fórmula dentária 2(2)/3(1), sendo a terceira série inferior de dentículos menor que as demais e tubo anal curto, preso à nadadeira ventral. Foram assim agrupadas, P. hypochondrialis, P. burmeisteri Boulenger, 1882, P. rohdei, P. distincta B. Lutz, 1950, P. centralis e P. ayeaye. Posteriormente, POMBAL JR. & HADDAD (1992) retiraram P. burmeisteri (abrangendo P. burmeisteri burmeisteri e P. b. bahiana A.Lutz, 1925) e P. distincta daquele agrupamento e estas, juntamente com P. iheringi Boulenger, 1885 e P. tetraploidea Pombal- Jr. & Haddad, 1992, foram incluídas no grupo de P. burmeisteri. Por sua vez, P. megacephala, ainda que não tenha sido formalmente revalidada, foi considerada distinta de P. hypochondrialis por BRANDÃO (2002) e associada a P. ayeaye e P. centralis; além disso, BRANDÃO (2002) referiu-se a uma espécie não descrita, proveniente da Serra do Cipó, Minas

Gerais, Brasil, como Phyllomedusa aff. megacephala. Desta forma, BRANDÃO (2002) estabeleceu o grupo de P. hypochondrialis incluindo P. hypochondrialis, P. rohdei, P. ayeaye, P. centralis, P. megacephala, P. oreades e Phyllomedusa aff. megacephala. No presente trabalho, com a revalidação de P. azurea, reconhecimento de P. megacephala (abrangendo Phyllomedusa aff. megacephala de BRANDÃO, 2002), inclusão de uma espécie ( P. palliata) e a descrição de uma nova espécie, o grupo de P. hypochondrialis é composto por nove espécies válidas.

Caso seja necessária a distinção genérica do grupo de P. hypochondrialis, o nome Pithecopus Cope, 1866 (espécie-tipo, Phyllomedusa azurea Cope, 1862 , por designação original) é perfeitamente aplicável.

Kingdom

Animalia

Phylum

Chordata

Class

Amphibia

Order

Anura

Family

Hylidae

Genus

Phyllomedusa

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