Ischasioides crassitarsis ( Gounelle, 1911 )

Martins, Ubirajara R., Santos-Silva, Antonio & Clarke, Robin O. S., 2012, Contribuição Para O Estudo Dos Rhinotragini (Coleoptera, Cerambycidae). Vii. O Gênero Ischasioides, Papéis Avulsos de Zoologia 52 (39), pp. 507-513 : 507-513

publication ID

https://doi.org/ 10.1590/S0031-10492012021900001

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https://treatment.plazi.org/id/03F3DA2A-F53D-FFB0-FF01-FC70FEEDB686

treatment provided by

Felipe

scientific name

Ischasioides crassitarsis ( Gounelle, 1911 )
status

 

Ischasioides crassitarsis ( Gounelle, 1911) View in CoL

( Figs. 1-8 View FIGURAS 1‑8 )

(?) Ischasia crassitarsis Gounelle, 1911:54 , 1 fig.

Ischasia crassitarsis View in CoL ; Aurivillius, 1912:283 (cat.); Blackwelder, 1946:577 (checklist); Monné, 1993:45 (cat.); Monné & Giesbert, 1994:92 (checklist).

Ischasioides crassipes View in CoL ; Tavakilian & Peñaherrera-Leiva, 2003:310 (erro para Ischasia crassitarsis Gounelle, 1911 View in CoL ).

Ischasioides crassitarsis View in CoL ; Monné, 2005:465 (cat.); Monné & Hovore, 2005:117 (checklist); 2006:117 (checklist).

Ischasia crassitarsis View in CoL m. atrocephala Fuchs, 1956:571.

Ischasia crassitarsis View in CoL m. nigrowittata Fuchs, 1956:571 (erro tipográfico – “nigrovittata”).

Ommata (Eclipta) brasiliensis Fisher, 1947:2 View in CoL ; Monné, 1993:21 (cat.); Monné & Giesbert, 1994:96 (checklist); Monné, 2005:486 (cat.); Monné & Hovore, 2005:121 (checklist); 2006:120 (checklist). Syn. nov.

Redescrição: Tegumento preto; faces dorsal e laterais da cabeça castanho-escuras, gradualmente passando a castanho-avermelhada no rostro; face ventral da cabeça castanho-avermelhada com faixa centro-longitudinal mais clara; palpos castanho-amarelados; clípeo e labro castanho-amarelados; mandíbulas castanho- -avermelhadas na base e pretas no restante; escapo, pedicelo e antenômeros III-V castanho-escuros; antenômeros VI-VIII e XI castanho-avermelhados no terço basal; antenômeros IX-X castanho-avermelhados na metade basal; protórax castanho-avermelhado, com anel basal e apical, estreitos, castanho-escuros (apenas acastanhados na face ventral); élitros castanho-escuros, com o terço apical castanho-avermelhado; pedúnculo dos fêmures amarelados na base gradualmente mais escuros para o ápice, que é castanho; clava dos fêmures castanho-escura com o extremo distal preto; mesotíbias castanhas; metatíbias castanhas, com anel amarelado entre o meio e o quarto apical (este último, um pouco mais claro do que na metade basal); tarsos castanho-avermelhados.

Macho ( Figs. 1, 4 View FIGURAS 1‑8 ): Vértice com pubescência amarelada curta, não notavelmente abundante; margem dos lobos oculares inferiores com franja moderadamente longa de pelos decumbentes branco-acinzentados; rostro com pelos decumbentes branco-acinzentados e moderadamente abundantes; toda a face dorsal da cabeça com pelos longos, escuros ou amarelados e esparsos; face ventral da cabeça com pelos longos e moderadamente esparsos (mais longos nas laterais). Antenas com pelos longos, escuros e esparsos (principalmente entre o escapo e o antenômero VII). Pronoto com pubescência inconspícua e pelos amarelados, longos e abundantes. Laterais do protórax com pubescência branco-acinzentada, gradualmente mais conspícua em direção da face ventral, entremeadas por pelos longos. Prosterno com pubescência branco- -acinzentada nos dois terços mais próximos do mesosterno, entremeada por pelos longos; terço mais próximo da cabeça quase glabro. Mesosterno, metasterno, metepisternos e urosternitos com pubescência branco-acinzentada e abundante, entremeada por pelos amarelados e longos. Pontuação do pronoto grossa e alveolada.

Comprimento da área entre a base dos lobos oculares inferiores e o ápice do labro igual a 0,7 vezes o comprimento do lobo ocular inferior. Distância entre os lobos oculares inferiores igual a 0,75 vezes a largura de um lobo em vista frontal. Comprimento das antenas igual a 1,9 vezes o comprimento elitral; ultrapassam o ápice elitral aproximadamente no meio do antenômero X; clava antenal pouco distinta.

Élitros ultrapassam um pouco o ápice do urosternito I, deiscentes no quarto apical. Metafêmures atingem o ápice abdominal. Metatarsômero I ( Figs. 3-6, 8 View FIGURAS 1‑8 ) com o dobro do comprimento do II e com o quádruplo do III; maior largura do metatarsômero I aproximadamente igual a largura do ápice da metatíbia.

Fêmea: As principais diferenças são: comprimento das antenas igual a 1,65 vezes o comprimento elitral; ultrapassam o ápice elitral no quarto distal do antenômero

XI; distância entre os lobos oculares inferiores igual a largura de um lobo em vista frontal.

Variação: Faces dorsal e laterais da cabeça inteiramente castanho-escuras ou pretas passando a castanho-escura no rostro; face ventral da cabeça castanho-escura; face ventral da cabeça sem área centro-longitudinal mais clara; clípeo e labro castanhos; mandíbulas pretas apenas no ápice; mandíbulas pretas na margem látero- -inferior e no ápice; antenômeros IV-V (às vezes, só o antenômero V) castanho-avermelhados na base; todos os antenômeros castanho-escuros; anel basal castanho- -avermelhado dos antenômeros VI-XI, quando presente, pode ser pouco distinto e variável na extensão; coloração do protórax bastante variável, desde quase totalmente castanho-alaranjados até quase totalmente pretos no pronoto (este último pode apresentar faixa centro-longitudinal preta ou castanho-escura; metasterno e urosternitos de castanho-escuros até pretos, em geral, com a parte distal dos urosternitos I-IV castanho-amareladas; élitros inteiramente castanho-escuros ou gradualmente mais claros da base até o ápice; clava dos fêmures sem a parte negra no extremo distal; parte clara das metatíbias de amareladas até castanho- -avermelhadas; quarto distal das metatíbias quase da mesma cor da região anterior; metatarsos amarelados. Macho – comprimento da área entre a base dos lobos oculares inferiores e o ápice do labro de 0,6 a 0,7 vezes o comprimento do lobo ocular inferior; intumescimento dos tarsômeros I e II variável na espessura.

Dimensões em mm (♂ / ♀): Comprimento total, 5,0-7,1/5,8-8,3; comprimento do protórax, 1,1-1,4/1,1-1,5; largura anterior do protórax, 0,7-0,9/0,8-1,0; largura posterior do protórax, 0,8-1,0/0,7-1,0; largura umeral, 0,9-1,2/1,0-1,3; comprimento elitral, 2,2-2,8/2,3-3,0. Dimensões na descrição original: de Ommata (Eclipta) brasiliensis – “Length 5. 5-7 mm., width 1-1. 25 mm.”; de Ischasia crassitarsis – macho, “Long.: 5-6 mill.”, fêmea, “Long.: 6 mill”; dimensões não indicadas para as séries típicas de Ischasia crassitarsis atrocephala e I. c. nigrovittata.

Tipos, localidades-tipo

De Ischasia crassitarsis View in CoL ( Fig. 4 View FIGURAS 1‑8 ) – Tavakilian & Peñaherrera-Leiva (2003) designaram lectótipo para I. crassitarsis View in CoL e registraram: “Des onze syntypes signalés par Gounelle, 1911:55 (8 mâles, 3 femelles), nous avons retrouvé dans les collections du MNHN le même nombre d’exemplaires mais Il s’agit em réalité de 9 mâles dont la taille oscille entre 4 et 5 mm et de 2 femelles de 6 mm. Nous désignons comme Lectotype de Ischasia crassipes [sic] Gounelle, 1911 (présente désignation) le syntype mâle porteur des étiquettes suivantes: une étiquette manuscrite vert pâle « Ischasia crassipes /Gounelle», une étiquete imprimée « BRÉSIL /ÉT. DE GOYAZ/JATAHY/PUJOL 12-97; 1-98 », une étiquete rouge Lectotype, un determinavit “ Ischasioides crassipes View in CoL ( Gounelle, 1911 / ♂ /Tavakilian & Peñaherrera det. 2003»”.

De Ischasia crassitarsis View in CoL m. atrocephala ( Fig. 5 View FIGURAS 1‑8 ) – Fuchs (1956) afirmou que havia um holótipo (“Type”), sexo não especificado, um alótipo (“ Allotype ”), sexo não especificado, e numerosos parátipos (“zahlreiche Cotypen”), sexos não identificados, todos provenientes do Brasil (Rondon, Paraná e Rio Caraguatá, Mato Grosso do Sul). As coordenadas geográficas do Rio Caraguatá são 21°48’S, 52°27’W. Com relação à instituição/coleção depositária da “série típica”, Fuchs (1956) afirmou que estava depositada na coleção “Mus. Frey” (atualmente depositada no MHNB) e na sua coleção particular (atualmente depositada na CHSV), sem especificar a quantidade e o status dos tipos em cada coleção. No mesmo trabalho, Fuchs (1956) escreveu: “Überprüft: 17 Ex. f. typ., 76 Ex. m. atrocephala und 8 Ex. m. nigrovittata ”. Essa afirmativa sugere, que o total de exemplares da “série típica” era de 76 espécimes.

De Ischasia crassitarsis View in CoL m. nigrovittata ( Fig. 6 View FIGURAS 1‑8 ) – Holótipo e 7 parátipos (sexos não indicados), todos procedentes do Brasil ( Rio Caraguatá , Mato Grosso do Sul). Fuchs (1956) afirmou que os tipos estão depositados nas mesmas coleções de I. c. atrocephala e, igualmente, não especificou a quantidade e status dos tipos nessas coleções .

De Ommata (Eclipta) brasiliensis ( Figs. 1-3 View FIGURAS 1‑8 ) – Holótipo macho, procedente do Brasil [Corupá (Hansa Humboldt), Santa Catarina], depositado no AMNH. Alótipo fêmea depositado no USNM e parátipo fêmea depositado na Coleção Lionel Lacey (atualmente depositada no AMNH), ambos coletados no Brasil [Seara (Nova Teutônia), Santa Catarina] .

Nota: Monné (2005) não indicou as “morphas” descritas por Fuchs (1956) na lista bibliográfica de Ischasioides crassitarsis . Embora de acordo com o ICZN (1999: Artigo 45.6.2) essa categoria seja considerada infra-subespecífica, não tenha status em nomenclatura e, portanto, tipos e/ou localidade-típica, optamos por indicá-las nas referências e no item “Tipos, localidades-tipo”.

Distribuição geográfica: Ischasioides crassitarsis é conhecida do Brasil [Goiás ( Gounelle, 1911), Mato Grosso ( Monné & Giesbert, 1994); Mato Grosso do Sul ( Fuchs, 1956); Bahia ( Monné & Giesbert, 1994); Minas Gerais ( Zikán & Zikán, 1944); Rio de Janeiro ( Zajciw, 1973); São Paulo ( Zajciw, 1973); Paraná ( Fuchs, 1956); Santa Catarina ( Fisher, 1947); Rio Grande do Sul ( Buck, 1959)]. Zajciw (1973) registrou, além das localidades apontadas no material examinado, que a espécie ocorre no “Leste, Sul e Centro-Oeste do Brasil ”.

Material examinado: BRASIL, Minas Gerais: Mar de Espanha , fêmea, 25.XI.1910, J.F. Zikán col. ( MZUSP) ; Passa Quatro , macho, X.1916, Jaeger col. ( MZUSP) . São Paulo: Presidente Epitácio , macho, X.1954, J. Lane col. ( MZUSP) . Santa Catarina: Seara ( Nova Teutônia ), 2 machos, X.1940, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; macho, 06.X.1940, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; macho, 04.XI.1940, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; fêmea, XI.1940, B. Pohl col. ( MZUSP) ; fêmea, 03.XI.1941, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; macho, X.1965, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; fêmea, IX.1966, F. Plaumann col. ( DZUP) ; macho, X.1966, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; 4 machos, 3 fêmeas, XI.1966, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; fêmea, XI.1977, F. Plaumann col. ( MZUSP) . Rio Grande do Sul: Estação Ecológica Taim , fêmea, 17.X.1985, H.A. Gastal col. ( MCNZ) ; Viamão , macho, 08.XII.1982, A. Lise col. ( MCNZ) .

Fêmea ( Fig. 9 View FIGURA 9 ): Tegumento preto. Escapo, pedicelo e antenômeros III-V castanho-escuros brilhantes; antenômeros VI-XI castanho-escuros e opacos. Protórax alaranjado na maior parte, exceto as seguintes áreas negras: faixa estreita junto a borda anterior do pronoto, gradualmente mais estreita e mais acastanhada em direção ao centro do prosterno; faixa transversal que ocupa pouco mais do que o quarto basal do pronoto, mais estreita na área lateral e ventral. Terço basal do pedúnculo dos fêmures castanho-alaranjado, gradualmente mais escuro para o ápice; demais partes das pernas castanho-escuras.

Discussão: Eclipta brasiliensis ( Fisher, 1947) concorda perfeitamente com a descrição de Ischasioides e, portanto, deve ser transferida para este gênero e difere notavelmente de todas as espécies atualmente incluídas em Eclipta Bates, 1873 , principalmente, pelo ápice elitral arredondado (truncado em Eclipta ). Ao mesmo tempo, não existem caracteres para diferenciar Eclipta brasiliensis de Ischasioides crassitarsis . Comparando-se as descrições originais dessas duas espécies e fotografias dos tipos [respectivamente, holótipo ( Figs. 1-3 View FIGURAS 1‑8 ) e síntipo macho ( Fig. 4 View FIGURAS 1‑8 ) [talvez o lectótipo designado por Tavakilian & Peñaherrera- -Leiva (2003)], observa-se apenas uma pequena diferença no intumescimento dos tarsos (particularmente nos metatarsos). No entanto, o exame dos espécimes examinados e das fotografias dos “tipos” das morfos de I. crassitarsis (I. c. m. atrocephala ( Figs. 5, 7 View FIGURAS 1‑8 ) e I. c. m. nigrovittata ( Figs. 6. 8 View FIGURAS 1‑8 ), demonstra que esse caráter sofre variação, o que também pode ser notado na redescrição e desenhos em Zajciw (1973). Dessa forma, propomos a sinonímia entre as duas espécies.

MHNB

Museum d'Histoire Naturelle de Bale

AMNH

American Museum of Natural History

MZUSP

Museu de Zoologia da Universidade de Sao Paulo

DZUP

Universidade Federal do Parana, Colecao de Entomologia Pe. Jesus Santiago Moure

MCNZ

Porto Alegre, Museu de Ciencias Naturais da Fundacao Zoo-Botanica do Rio Grande do Sul

Kingdom

Animalia

Phylum

Arthropoda

Class

Insecta

Order

Coleoptera

Family

Cerambycidae

Genus

Ischasioides

Loc

Ischasioides crassitarsis ( Gounelle, 1911 )

Martins, Ubirajara R., Santos-Silva, Antonio & Clarke, Robin O. S. 2012
2012
Loc

Ischasioides crassitarsis

MONNE, M. A. & HOVORE, F. T. 2005: 117
2005
Loc

Ischasioides crassipes

TAVAKILIAN, G. L. & PENAHERRERA-LEIVA, A. Y. 2003: 310
2003
Loc

Ischasia crassitarsis

FUCHS, E. 1956: 571
1956
Loc

Ischasia crassitarsis

FUCHS, E. 1956: 571
1956
Loc

Ommata (Eclipta) brasiliensis

MONNE, M. A. & HOVORE, F. T. 2005: 121
MONNE, M. A. & GIESBERT, E. F. 1994: 96
MONNE, M. A. 1993: 21
FISHER, W. S. 1947: 2
1947
Loc

Ischasia crassitarsis

MONNE, M. A. & GIESBERT, E. F. 1994: 92
MONNE, M. A. 1993: 45
BLACKWELDER, R. E. 1946: 577
AURIVILLIUS, C. 1912: 283
1912
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